Raimunda
O mundo gira independente de mim.
A Terra redondeia duplamente e ignora-me.
Eu estática no meu conhecer.
Eu pequena no meu não-saber, encolhida...
ELA passeia ao redor do Sol: esquenta-se, esfria-se.
Cumpre um terrestre ritual: azula-se, prateia-se, doura-se, acinzenta-se...
Esnoba figurinos. Sua órbita é sua bússola.
Nave esférica: menina, moça, mulher.
Carrega em seus passeios o nosso viver; o meu não-viver.
Arrasta no seu magnetismo nossos sonhos, nossas dores...
Enquanto penso, enquanto durmo,
Ela vagueia, indiferente: tufões, furacões, terremotos...
Nada impede seus passeios.
Ela é bem mais ela.
Embalada em seus siderais, dança música hibernal.
Primavera em seus dias, suas tardes, suas noites. Só ela: nave redonda, azul, verde, colorida...íris.
Reduto de muitas vidas,
Mãe de muitas mortes...natural.
Ela vive: vida diferente.
Queria ter vida igual
Maio/2003
sexta-feira, 1 de outubro de 2010
quinta-feira, 29 de abril de 2010
Morte do Soneto
MORTE DO SONETO
Raimunda
Forma fixa, prisioneira de caprichos
Em ti a arte se reduz
Não mais que dez mais quatro
Para encerrar sombra e luz
Linhas decassílabas e pronto!
O sentimento em número se transforma
Tens que caber nessa seqüência
Pois obedeces a uma fixa forma
És clássica, estás no passado
Com o ourives que te torna
Uma jóia declarada
Em ânsia de fechar-se em quatro
Nos limites da forma estagnada
Morre o soneto...sufocado.
Junho/ 2005
Raimunda
Forma fixa, prisioneira de caprichos
Em ti a arte se reduz
Não mais que dez mais quatro
Para encerrar sombra e luz
Linhas decassílabas e pronto!
O sentimento em número se transforma
Tens que caber nessa seqüência
Pois obedeces a uma fixa forma
És clássica, estás no passado
Com o ourives que te torna
Uma jóia declarada
Em ânsia de fechar-se em quatro
Nos limites da forma estagnada
Morre o soneto...sufocado.
Junho/ 2005
quarta-feira, 28 de abril de 2010
Antítese do vaso Grego
Raimunda
Lá em Maragogipinho,
Perto do mar,
Juntinho ao manguezal,
Um bando de gente
A laborar:
Panelas, jarros, burrinhos,
Castiçal, porta-moeda.
Muitos vasos de barro
Escuros, sujos, suados...
Tomam forma nos pés,
Sofrem o atrito das mãos
Calosas, humildes, humanas [...]
Tornam-se vasos do Recôncavo
Artesanais, caxixis: vasos.
Úteis ou não:
Vasos.
(Este poema é parte do livro Rio de Letras de autores Valencianos.)
Lá em Maragogipinho,
Perto do mar,
Juntinho ao manguezal,
Um bando de gente
A laborar:
Panelas, jarros, burrinhos,
Castiçal, porta-moeda.
Muitos vasos de barro
Escuros, sujos, suados...
Tomam forma nos pés,
Sofrem o atrito das mãos
Calosas, humildes, humanas [...]
Tornam-se vasos do Recôncavo
Artesanais, caxixis: vasos.
Úteis ou não:
Vasos.
(Este poema é parte do livro Rio de Letras de autores Valencianos.)
quinta-feira, 8 de abril de 2010
Livro
Amanhã, dia 09/04/2010, será lançado o livro Rio de Letras, escrito por vários autores valencianos. Será no Centro de Cultura, às 19:00h.
Faço parte dessa publicação na modalidade poesia. É minha estreia no mundo dos escritores. Espero publicar um individualmente.
Faço parte dessa publicação na modalidade poesia. É minha estreia no mundo dos escritores. Espero publicar um individualmente.
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