Etérea Viagem
Maria Raimunda
Quando eu morrer,
Tenham pena de mim:
Cubram meu rosto
E me deixem ...assim...
Quero ficar em paz
Sem ninguém me observando,
Em sufoco de lágrimas,
Me questionando.
Não quero ser medido,
Nem analisado.
Basta em tempo de vida
À exposição desmedida.
Não poder fugir.
Fechem bem os meus olhos,
Cruzem minhas inertes mãos.
Que tal me deixar limpinho?
Se quiser, chorem baixinho e
“Deixem em paz meu coração”!
Pois vou viajar,
Cruzar a amplidão,
Despido de bens,
Vazio de tudo.
Em busca do além.
Vou dar uma volta na Lua,
Brincar nos anéis e Saturno,
Me encontrar com as Três Marias,
Me perder na Via-Láctea...
Depois de noites e dias,
Medidos em ano-luz,
Quando o tédio ameaçar,
Volto ao Cruzeiro do Sul.
Abro meus braços gigantes,
Busco apoio aconchegante
Em suas estrelas azuis.
Estico-me todo... emoção,
Confundo-me com o infinito
À Terra envio meu grito
E viro constelação.
Cubram logo meu corpo
Com as flores que eu ganhei.
Agora não tem mais volta,
Deixem de lado a emoção,
Quero o meu passaporte
Para o Sul e para o Norte
Nas asas da imaginação.
FAZAG, 02 de março de 2009.
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A viagem que você e todos nós faremos um dia é um belo passeio ao desconhecido, ao infinito e só a sua, a minha e a nossa imaginação podem alcançar.
ResponderExcluirMuito bonito.
Ruy